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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Homenagem as Artes Marciais

JUDO

Os primeiros indícios da utilização pelo homem de algumas formas primitivas de luta individual e sem armas data de três a quatro mil anos a.C. , a partir daí, os sinais tornam-se mais nítidos e numerosos, possibilitando uma avaliação mais segura e precisa que nos autoriza afirmar que praticamente todos os povos da remota antiguidade já praticavam alguma forma de luta esportiva ou bélica. Assim foram os hindus, os chineses, os povos da Europa, das Américas e da Ásia, inclusive do Japão onde, segundo alguns historiadores algumas formas de lutas já eram conhecidas a cerca de dois mil anos a.C.
Porém, até o século XVI as técnicas eram ainda muito primitivas e pobres, havendo a partir desse século uma evolução muito grande, principalmente em função da intensificação do uso por parte dos "samurais" que, além do aperfeiçoamento das existentes, desenvolveram uma enorme quantidade de técnicas novas que vieram enriquecer e consolidar o Jiu-Jitsu.
No fim do século XIX , mais precisamente em fins da década de setenta e início da década de oitenta, quando {1} Jigoro Kano inicia um estudo sistemático das artes marciais, já com os olhos na montagem de sua própria escola. Notava ele então, o empirismo das escolas e dos métodos da época. Estas estavam muito preocupadas com seus segredos e em ignorar os valores das outras, que propriamente progredir na busca da perfeição técnica e moral. A rivalidade nunca foi tão grande entre as escolas como nessa época, procurando umas destruírem as outras a qualquer custo, servindo os meios mais ilícitos, importando apenas a própria sobrevivência.
Como vemos, a ética e a moral não existiam e isso preocupou Jigoro Kano que colocou essa mesma ética e isso mesma retidão moral como metas a serem alcançadas. As técnicas também não lhe satisfaziam pela pobreza e inexistência de princípios pedagógicos e científicos e ainda mais, os perigos que essas técnicas representavam, causando acidentes mais ou menos graves que impossibilitavam uma participação maior, ampla e generalizada com que sonhava. Assim retirou-se com alguns alunos para o templo budista de Eishosi onde estudou e analisou cientificamente as técnicas mais em evidência na época, separando o que de bom havia, inventando quando necessário e surgindo então um novo método pela fusão de técnicas do antigo Jiu-Jitsu e dos princípios pedagógicos, morais e científicos e, ainda, sem um perigo maior de acidentes.
Esse foi um período de grandes provações para Kano, pois mesmo lecionando no Colégio Gakushuin e, também mantendo sua escola de inglês, o Kobunkan, para cobrir as despesas com seus alunos em Eishosi, passava longas horas a noite fazendo traduções. Nessa época, todas as formas de luta e suas escolas eram vistas como uma espécie de reduto de marginais, portanto, não eram bem vistas pela sociedade e Kano tinha que também sobrepor a essa discriminação.
Ainda aluno do mestre Iikugo, Jigoro Kano inicia a montagem de sua escola, o Kodokan, em fevereiro de 1882 e para isso convidou alguns alunos do Colégio Gakushuin e da sua escola de inglês, o Kobunkan, vários do quais alojou no templo de Eishosi e os mantinha às suas expensas. O primeiro aluno foi Tomita, que estava sempre a mão para Kano testar e aperfeiçoar as técnicas que desenvolvia.

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